Cidadãos de Magé debatem saneamento em seminário

do Incid

Em busca de melhorias no saneamento de seu município, a população de Magé participou do Seminário do Plano Municipal de Saneamento de Magé, no dia 26 de fevereiro deste ano. A equipe Incid também foi ao seminário, que tinha como objetivo apresentar um diagnóstico sobre as principais questões referentes ao saneamento e debater as causas, além de possíveis soluções.

Entre os problemas identificados, foi marcante a insegurança sentida pela população com relação à limpeza e ao acesso à água. O indicador de acesso à água do Incid já tinha identificado isso: sob o aspecto da cidadania vivida, 14% dos domicílios de Magé possuíam abastecimento de água inadequado em 2010. Durante o seminário, foi apontado o fato da população recorrer a poços rasos e ligações clandestinas à redes e às nascentes, visto que não há um sistema público que ofereça um serviço com o correto controle de qualidade.

Além disso, a falta de esgotamento sanitário adequado em Magé agrava a qualidade d’água na região. Como também é apontado no indicador “Situação do esgotamento sanitário”, em 2010, 35,7% dos domicílios de Magé não possuíam serviço adequado desse tipo. No seminário, foi explicitada a insatisfação com o fato de existirem estações de tratamento de esgoto em Mauá e Lagoa há mais de uma década que nunca entraram em funcionamento e, por isso, se deterioraram com o passar do tempo.

O último ponto destacado durante o debate realizado foi a instalação de um novo aterro sanitário no município. Para os moradores de Magé, essa decisão deve ser tomada em conjunto com a população, que já sofre com problemas no despejo do lixo e enchentes, além de não existir a prática de coleta seletiva. De acordo com o indicador “Situação de destino do lixo”, a situação em Magé realmente não é boa, visto que 4,2% dos domicílios tinham destinação do lixo inadequada em 2010 e a população cresce cada vez mais.

Se os números parecem assustadores, o quadro real em que se encontra Magé hoje pode ser ainda pior. Durante os encontros que a equipe do Incid realizou com a população para elaborar os indicadores mencionados de Cidadania Vivida, os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que constituem esses indicadores foram intensamente questionados. Para os moradores, os índices contabilizados pelo IBGE não correspondem à realidade, onde os problemas são mais graves.