Em Itaboraí, esgoto a céu aberto preocupa moradores

do Incid

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio, ocupa posição nada honrosa no topo da lista dos municípios do Estado que ainda convivem com valas negras e esgoto a céu a aberto. Itaboraí aparece com 21,2% quando o assunto é esgoto a céu aberto nas ruas da cidade. Os dados do censo demográfico 2010, 21,2% das ruas da cidade estão relacionadas com o esgoto a céu aberto, o que significa 11.265 pontos de detritos sem o devido tratamento.

A área de atuação do Incid (AAI), tem 21,9% de seus domicílios com escoamento de esgoto inadequado, ficando assim acima da média do estado do Rio de Janeiro (13,6%), de acordo com o Censo Demográfico. Dos 14 municípios que estão na AAI e foram analisados, 4,7% correspondem a domicílios com destino do lixo inadequado, sendo 8% com abastecimento de água também inadequado. A destinação adequada dos resíduos sólidos preocupa, já que também não está sendo garantida, considerando que na área destes municípios ainda existem 7 lixões, quando o necessário são aterros sanitários – para recebimento adequado de resíduos sólidos sem maiores danos socioambientais.

De acordo com a dimensão da Cidadania Percebida, a limpeza de ruas e praças, enquanto espaços públicos, é um indicador relevante para diagnosticar a situação de saneamento nos municípios. O fato desta percepção não ser boa em Itaboraí, São Gonçalo, Teresópolis e Maricá traz a questão destas cidades estarem convivendo com carências significativas em habitações dignas e falta de tratamento de esgoto.

Os municípios de Itaboraí, Teresópolis e Maricá apresentam ainda os piores indicadores do direito à saúde na dimensão da Cidadania Percebida, assim como a mais elevada percepção de desigualdades e exclusão. O especialista em saneamento pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Leonardo Nescety, declarou ao jornal O Itaboraí que o esgoto é a grande dívida do saneamento,  criando um real desafio de coleta e tratamento de resíduos para o poder local. Ressaltou ainda que o problema de saneamento básico é nacional, e seu caráter afeta diretamente áreas mais pobres do país – apontando não apenas a necessidade de investimentos, mas de um órgão regulador que opere na manutenção desse sistema.