Indicadores da Cidadania começa o ano com visitas ao território

do Incid

Como parte do segundo ano do projeto Indicadores da Cidadania, a inserção em campo – indo ao encontro de movimentos, organizações e atores sociais, será uma das frentes de ação.
A intenção é fortalecer a cidadania propondo discussões, rodas de diálogo, apresentação dos indicadores e do banco de dados composto pelos movimentos sociais locais e ações de cidadania ativa.

No último sábado (19), parte da equipe Incid esteve no acampamento de Sebastião Lan, em Casimiro de Abreu, para conversar com os moradores e levar um pouco das propostas do projeto, uma ferramenta importante nas lutas sociais. Os representantes do Acampamento Sebastião Lãn (Casimiro de Abreu), dos Assentamentos de Cambucais (Silva Jardim), Visconde (Casimiro de Abreu) e Capelinha (Conceição de Macabu) estiveram presentes no ato. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Silva Jardim também acompanhou toda a conversa.

Segundo Natália Gaspar, pesquisadora do Ibase, os indicadores oferecidos pelo Incid são fundamentais para o monitoramento da cidadania local.A reunião iniciou-se com uma pequena apresentação histórica do Ibase, retomando a trajetória da instituição na abertura democrática do país, mostrando sua importância junto aos movimentos populares. Para o Incid, os indicadores da cidadania são instrumentos disponíveis e acessíveis aos movimentos sociais, e é importante enfatizar que uma capacitação dos moradores locais será necessária para que a população possa se apropriar da metodologia, e assim monitorar os indicadores.

Segundo representantes do acampamento de Sebastião Lan, “após a nossa chegada na área, a principal luta foi pela abertura da estrada de acesso a Casimiro de Abreu. Nesta época havia uma trilha que ligava Casimiro ao acampamento que era comandada por um latifundiário que mantinha seus capatazes na trilha”, explicam ainda que “posteriormente a grande luta era pela manutenção dos acampados na localidade, pois as condições precárias de vida (falta de luz, é distante da cidade e isolado)”, o que leva, segundo o acampamento, à muitas evasões no acampamento.

O grupo foi o primeiro acampamento na região a conseguir energia elétrica. Após a vitória, as grandes lutas giraram em torno de serviços de saúde e educação, que não existiam na localidade. A principal luta apontada na reunião é pelo acesso à terra. Durante 15 anos o acampamento está em conflito com o Incra, somente em março de 2012 deu-se início a abertura do processo de assentamento. Cerca de 70 famílias vivem em Sebastião Lãn, e apenas 30 são associadas.

O coletivo de assentamentos que se reuniu em Casimiro disse  acreditar no potencial dos indicadores para a instrumentalização de suas lutas. A proposta é que os encontros com os assentamentos passem a ser circulares, assim todos podem ser visitados e entendidos em suas particularidades. O próximo encontro acontece dia 23 de fevereiro, no assentamento do Visconde, em Casimiro de Abreu.

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