Em Itaboraí, monopólio de ônibus mobiliza sociedade
do Incid
Há mais de vinte anos, uma única empresa de ônibus controla os trajetos municipais e intermunicipais de Itaboraí. Sem opção, os moradores locais são forçados a serem usuários dos meios de transporte da Rio Ita, que se utiliza de diferentes nomes fantasia para atuar no município, como “Staneck”, “Delrey”, “Fagundes”, “Tanguá”, “Maravilha”, “Rio de Janeiro” e “Rio Minho”.
A situação é complicada. Enquanto a população reclama do sucateamento do transporte, as passagens sobem sem apresentar uma contrapartida de melhoria no serviço. O sempre esperado aumento de começo de ano também tem a tradição de exceder a inflação calculada e não acompanhar o ritmo dos tímidos aumentos no salário mínimo. O resultado é a já conhecida ameaça no direito à cidade de grande parcela da população, que não tem outra alternativa aos ônibus da Rio Ita.
No entanto, a sociedade civil está mobilizada com o assunto. O movimento contra o monópolio da Rio Ita já lançou uma carta-manifesto onde são exigidas soluções alternativas e sociais para o sistema de transporte público da região. Em junho, no ritmo das passeatas a favor da redução das passagens que tomaram o Brasil, o grupo conseguiu levar milhares de pessoas para as ruas de Itaboraí, Tanguá e São Gonçalo, pressionando assim a Rio Ita que, a partir de decisões governamentais, também cortou o aumento das tarifas de ônibus.
Ainda assim, esse pequeno recuo da grande empresa não é o suficiente. Além do fim do monópolio da Rio Ita, outras reivindicações são apontadas pelo movimento, como a regulamentação e implementação de outros transportes de caráter social, a melhoria da estrutura do transporte que roda na cidade, o fim da função dupla dos motoristas (que muitas vezes também acumulam a função de cobrador), assim como a valorização do trabalho dos mesmos.
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