Rede de Cidadania de São Gonçalo debate Direito à Saúde

 

No ultimo mês a Rede de Cidadania Ativa de São Gonçalo se reuniu para discutir os Mapas da Cidadania, de Direito à Saúde. O evento teve como finalidade pactuar o que foi elencado como prioridade para o mapeamento da saúde municipal – evidenciando, a partir das pesquisas de campo, os déficits do município.

       RedeSaoGonçalo2Na reunião foi pactuado o mapeamento realizado pelo Incid, em parceria com a Cidadania Ativa de São Gonçalo, encarregada de apontar os locais em situação de abandono e descaso pelos órgãos públicos. O processo inicial do mapeamento participativo será publicado em cadernos e em uma plataforma digital – que será atualizada constantemente pela rede.

      O Mapa do Direito à Saúde foi construído a partir do georreferenciamento dos estabelecimentos públicos de saúde (municipais e estaduais) disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/SUS) e dos indicadores já produzidos pelo Incid. A partir das questões norteadoras para reflexão sobre o estado do Direito à Saúde, a Rede pontuou a necessidade de também mapear os seguintes fatos: caminho de atendimento para portadores de HIV/AIDS; mancha sobre as áreas de PSF, para visibilizar os locais que não possuem; levantamento sobre a Rede de Saúde Mental de São Gonçalo; Visibilizar o alto número de portadores de Hanseníase e Autismo; e sinalizar na legenda do Mapa, que todas unidades de saúde visitadas pela equipe de GPS não possuíam Pediatria.

      Além das questões elencadas, a Rede qualificou o mapa de Direito à Saúde abordando dificuldades enfrentadas no município, como o Posto Médico de Saúde da Família (PSF), localizado no bairro do Jardim Catarina, que funciona a céu aberto e não possui estrutura para comportar os pacientes, assim como o PSF de Alcântara que, segundo eles, não funciona. “Há superlotação em vários postos do município. Sem falar nas arbitrariedades no processo de eleição do Conselho de Saúde, onde os membros são excluídos das tomadas de decisão”, contou um dosRedeSaoGonçalo participantes. A reunião abordou também a questão da mobilidade dos portadores de HIV/AIDS, que abandonam seus tratamentos em virtude dos altos custos das passagens. Segundo eles, os bilhetes oferecidos não cobrem os custos da locomoção, e falta privacidade no hospital localizado no bairro de Neves – onde os pacientes são separados apenas por um corredor, demonstrando grande violação de direitos.

“A saúde é um direito de todos e, portanto, cabe à sociedade civil lutar por ela, com bases e dados concretos. Por isso acho tão importante contar com o Incid – que fornece esses dados à Cidadania Ativa do território”, disse Fernanda Azevedo, moradora do bairro de Marambaia.