Relatório aponta desigualdade social em municípios do Incid
do Incid
Incid acaba de consolidar relatório sobre a Cidadania Percebida. O destaque destes indicadores mostra desigualdade social nos territórios de atuação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo relatório, a população reconhece dificuldades enfrentadas nos municípios e tem consciência de que seus direitos estão sendo violados.
Para Natália Gaspar, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o relatório e o sistema como um todo pretendem contribuir para a identificação de violações de direitos nesta grande região dos 14 municípios do Leste Fluminense, que será afetada em diferentes graus pelas transformações associadas à instalação do Comperj.
Para o projeto, explorar a questão da percepção dos sujeitos é fundamental para que cada pessoa tenha clareza sobre direitos e deveres, e entenda a força que vem das mobilizações sociais. O relatório tem previsão de lançamento para setembro. Os gráficos desta apresentação durante os seminários regionais do Incid estão disponíveis aqui.
Grande parte dos problemas enfrentados pela população se referem a questões de educação, saúde, meio ambiente e diversidade, motivo pelo qual estes indicadores são considerados quentes na pesquisa. Para Gaspar, pesquisas de percepção tem aspectos subjetivos que se manifestam claramente na contextualização dos dados em cenários locais. “Quando nos debruçamos nestes indicadores que tratam dos direitos e da cidadania relacionados a condições de vida específicas é possível perceber uma série de nuances”, afirma.
Com relação a diversidade, quando se trata de reconhecimento de direitos e respeito dos mesmos, São Gonçalo, Niterói e Teresópolis são municípios que se encontram abaixo da média da região. Os dados demonstram ser elevada a percepção de discriminação e preconceito nestas regiões, onde a percepção de respeito à diversidade é de 43%, indicando discriminação e preconceito em 57% dos casos.
Quando o assunto é saúde, os dados levantados demonstram que apenas 35% da população da área do Incid se percebe como adequadamente atendida. Homens tem percepção mais positiva em relação ao acesso à saúde (36%) em relação as mulheres, 34%. O acesso à saúde é melhor avaliado nos municípios de Casimiro de Abreu e Rio Bonito, onde mais da metade dos entrevistados considera receber atendimento adequado e não percebem a existência de pessoas que ficam sem acesso.
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