Atividades industriais ditam transformações nos municípios
do Incid
O projeto Indicadores da Cidadania visitou na última semana os entornos do Comperj – Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, para entender melhor as dimensões do empreendimento e as repercussões destas ações para o meio ambiente a a população local. Os territórios visitados nesta primeira ida a campo foram: São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Cachoeiras de Macacu.
Acompanhado pela Print – empresa de consultoria que presta serviços à Petrobras nas mediações entre ela e possíveis lideranças locais dos territórios impactados pelos projetos-, a equipe Incid deseja entender melhor a realidade local dos municípios da sua Área de Atuação (AAI). O itinerário para o primeiro dia de visita contemplou os seguintes locais: Ilha de Itaoca (Praia da Beira), Salgueiro e Jardim Catarina em São Gonçalo e Itaipuaçu em Maricá. No segundo dia de visita a equipe passou em Itaboraí, com uma breve passagem em Cachoeiras de Macacu.
Outras visitas e trabalhos em campo fazem parte deste segundo ano do projeto Indicadores, para chegar aos 14 municípios que estão no espaço de ação do projeto. A intenção é estreitar as relações com a população em um trabalho de empoderamento e incentivo à participação social na realidade local, como agentes de mobilização.
Itaoca, Salgueiro, Jardim Catarina, Guaxindiba, e alguns bairros de São Gonçalo são territórios que estão no caminho da construção do Píer da Praia da Beira, que se estenderá através de uma rodovia, até Itaboraí, pela RJ – 493.
O Píer será construído para facilitar o acesso de peças industriais pesadas atracadas no porto do Rio, até a entrada do Comperj – Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro -, em Itaboraí. Para o transporte destas peças até o comperj, o píer e a rodoviária até Itaboraí são fundamentais para o projeto.
Os bairros por onde as obras do Píer pretendem passar são parte da franja urbana de São Gonçalo, considerados espaços de expansão e reprodução da cidade. Abrigam também um ecossistema de mangues e praias, importantes fontes de renda e vida da região. Parte dessa localidade é área de atuaçao da APA de Guapimirim, onde o ICMBIO é o responsável pela preservação.
Com as obras do Complexo, a dinâmica dos municípios e a própria estrutura do cotidiano dos moradores começam a passar por algumas reconfigurações. As atividades industriais e empresariais já atuam na área, colocando em circulação processos de crescimento e especulação imobiliária que alteram e impactam a dinâmica destas cidades, daí a necessidade do acompanhamento da equipe Incid, com suas ferramentas de indicadores nestes territórios.
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