Conferência da Cidade dá voz à sociedade de Itaboraí
Natasha Ísis
do Incid
A sociedade civil organizada de Itaboraí realizou no último fim de semana (08 e 09/06) a quarta edição da Conferência Municipal da Cidade. Com o tema “Quem muda a cidade somos nós: reforma urbana já!”, o evento reuniu representantes do governo, do setor empresarial, dos sindicatos e dos movimentos comunitárias. Depois de uma mesa inicial, os participantes foram divididos em três grandes grupos para trocar ideias. A proposta era misturar as instituições para promover um debate mais rico.
O objetivo principal da conferência foi discutir a cidade como um todo, principalmente as transformações pelas quais Itaboraí está passando com as obras do Comperj. De acordo com o vice-presidente da Federação das Associações de Moradores de Itaboraí (FAMI) e presidente da associação de moradores de Porto das Caixas, Ramon Vieira, o encontro foi uma boa oportunidade para observar os problemas causados pela falta de planejamento em relação à cidade.
– O ponto-chave desse encontro foi o fato dele não ser puxado pelo governo. A própria sociedade civil se organizou para realizar a conferência, o que mostra como o povo de Itaboraí está mobilizado – disse Ramon Vieira.
Entre os problemas destacados durante a conferência está a questão do déficit habitacional que já existe na cidade. Itaboraí está prestes a chegar a 1 milhão de habitantes e faltam programas habitacionais para atender principalmente a parcela da população que ganha de zero a três salários mínimos. Além disso, foi chamada atenção para a necessidade de mais Zonas Especiais de Interesse Social no município.
O transporte público é outro tema que mobiliza muito a sociedade. Os itaboraienses apontam como um grande problema o monopólio de um único grupo de transporte de massa no município, a Rio Ita. Essa situação permite que a empresa controle o preço das tarifas da forma que bem entende, o que preocupa a população. Além disso, os moradores pedem a extensão da linha 13 do metrô até Itaboraí, já que atualmente o trajeto só chega a Guaxindiba, em São Gonçalo.
No que diz respeito ao meio ambiente, as reivindicações foram com relação aos impactos já esperados com a instauração do Comperj. Dessa forma, os moradores de Itaboraí chamaram atenção para a necessidade de se reflorestar as margens ciliares de todos os rios de Itaboraí e arborizar a área urbana de todos os distritos que receberão instalações do Complexo.
– O que foi demonstrado nessa conferência é a mudança de postura dos governos em relação à sociedade civil. As coisas são feitas de cima para baixo, sem consultar a população. A partir da conferencia o governo teve a percepção de que isso precisa mudar então, nesse ponto, a conferência permitiu um avanço muito grande – conclui o vice-presidente da FAMI.
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