Teresópolis realiza protesto em aniversário da cidade
A Rede de Cidadania Ativa de Teresópolis esteve, na segunda-feira (6), em protesto contra a atual situação política do município. A ação ocorreu durante o aniversário da cidade e contou com cerca de 500 pessoas. De acordo com os organizadores do movimento, não há o que comemorar. Entre os manifestantes, estavam pacientes de hemodiálise e vítimas da tragédia, em janeiro de 2011. Os manifestantes pediam pela abertura de uma Comissão Processante, para afastar o prefeito Arlei Rosa do cargo. Ele é suspeito, segundo o Ministério Público, de evolução patrimonial incompatível.
De acordo com os componentes da Rede de Cidadania Ativa, a revolta teve início após o pronunciamento do atual secretário de educação – afirmando que o desfile cívico, em homenagem ao aniversário da cidade, seria cancelado. Vestindo roupas pretas e portando diversos cartazes, os manifestantes se concentraram no Parque Regadas e seguiram em passeata até a Prefeitura, cantando e convidando a população a participar do ato. Ao chegarem na Praça Olímpica, foi realizado um ‘abraço’, em protesto pela obra que teve início há dois anos e pelos 58 anos da praça. Em frente a Prefeitura, um minuto de silêncio foi realizado em homenagem aos pacientes falecidos por conta do atraso nas obras do Centro de Hemodiálise do município e às famílias atingidas pela tragédia de 2011. Ainda durante o ato, os participantes reivindicaram as casas populares, que ainda não foram entregues, e o aluguel que está social atrasado.
Situação política
Motivada pela abertura de um inquérito do Ministério Público, que aponta Arlei Rosa como suspeito de ter uma evolução patrimonial incompatível com a sua renda, um salário de R$ 14,7 mil, Teresópolis está passando por uma ‘crise política’. A investigação teve início após a denúncia de que o prefeito possui uma propriedade rural em Sapucaia, a 40 quilômetros de Teresópolis, onde mantém um mini zoológico particular. No local seriam criados animais exóticos e um haras com cavalos de raça, que são vendidos em leilões por cerca de R$ 100 mil cada. Em março deste ano, os vereadores aprovaram a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia, já investigada pelo Ministério Público (MP). Os 12 vereadores aprovaram por unanimidade a abertura da comissão, que não exige o afastamento do prefeito do cargo. Apesar disso, a população pede a abertura de uma Comissão Processante (CP), que resultará no afastamento de Arlei Rosa do cargo. O pedido foi para votação no legislativo por sete vezes e, em todas elas, os vereadores vetaram a abertura da CP.
Além disso, os professores da rede municipal sofrem com os salários atrasados. “Eles começaram a pagar aqueles que recebiam o menor salário e assim gradativamente. Só agora, quase no final do mês, estão pagando os maiores salários. Todos os servidores municipais estão insatisfeitos. Essa situação é absurda. Queremos respeito, queremos dignidade!”, afirmou um dos participantes.
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