ONG de São Gonçalo no combate à violência contra a mulher
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O Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher (25 de novembro) foi instituído pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) para promover ações de conscientização contra a violência sofrida por mulheres de todas idades, que é crime, e atinge todas as sociedades no mundo inteiro. O período de 25 de novembro a 10 de dezembro foi escolhido como foco de ação da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Em São Gonçalo, o Movimento de Mulheres, uma organização da sociedade civil, vêm realizando atividades em prol do debate sobre a questão, em luta constante contra a violência. Integrantes do Movimento, do Conselho Municipal da Mulher e da Subsecretaria Municipal de Políticas para as Mulheres promoveram uma mobilização na Praça Carlos Gianelli, em Alcântara. O objetivo era despertar a população feminina para os seus direitos. As atividades vão ocorrer durante os 16 dias de Campanha.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro mulheres é vítima de abusos sexuais por seu parceiro, e quase metade das mulheres assassinadas são vítimas deles. Os dados do infográfico abaixo vêm do Mapa da violência 2012; da Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, realizada pelo Instituto Avon; e da Pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado, feita em 2010 pela Fundação Perseu Abramo junto com o SESC.
Fundado em 1989, o Movimento de Mulheres de São Gonçalo tem por objetivo principal a luta em defesa dos direitos das mulheres e contra as desigualdades e discriminações decorrentes de sexo, raça/etnia, credo religioso e classe social. Para a organização, a preocupação social deve ser ampla e integrada. Assim, garantir atendimento nas áreas social, psicológica, jurídica e pedagógica tanto às mulheres quanto às crianças, adolescentes e familiares que tenham sofrido violência doméstica e sexual, é ação norteadora da organização. Outra luta do movimento é para a criação de Casas Abrigo, que seriam destinadas às mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos (de até 14 anos).
Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro, através do seu Dossiê Mulher, revela que São Gonçalo está em 1º lugar no ranking do Estado com o maior número de vítimas de ameaça proveniente de violência doméstica ou familiar, com 2094 ocorrências. Quanto aos crimes de atentado violento ao pudor e estupro, o município aparece em 2º lugar, com 188 denúncias. As tentativas de homicídio somaram 13 ocorrências, os homicídios dolosos (com intenção de matar) foram 23 e lesão corporal, 2693. O Movimento ressalta a importância de entender que a violência assume diversas formas, indo da agressão física, sexual, ao assédio psicológico e violência simbólica.
Entre os projetos do Movimento, vale destacar o Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência Doméstica e Sexual de São Gonçalo (NEACA), implantado pela força de reivindicações antigas dos movimentos sociais locais. O NEACA trabalha com a prevenção e assistência às crianças e adolescentes do município para ampliar a oferta local de acompanhamento especializado, e fortalecer também a rede de proteção social destinada às crianças e adolescentes que se encontram vulneráveis à violência doméstica sexual. Este projeto realiza palestras, seminários e cursos relacionados à política de combate às diversas formas de violência através das quais a juventude é vitimada.
Realizam ainda trabalhos de promoção da saúde local, como atividades de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, e o acompanhamento de pessoas que convivem com as enfermidades. Entre os projetos, ainda se destacam o Territórios Livres, Plantão Social, Promotores da Vida, entre outros.
Segundo a organização, a necessidade primeira é buscar estratégias e alternativas que favoreçam a redução dos agravos psíquicos e físicos decorrentes das situações de violência social. A intenção é contribuir ao máximo para a interação e articulação de atendimento às mulheres e às crianças e adolescentes em São Gonçalo. Os espaços responsáveis pelo atendimento à crianças vítimas de violência na cidade e região foram listados pelo Movimento de Mulheres para facilitar o acesso e ampliar a divulgação. Para os casos de violência contra a mulher, o Departamento de Atendimento a Mulher (DEAM), de São Gonçalo, fica na rua Dr. Porciuncúnla, 395 – Venda da Cruz. Telefone: (21) 3707-1800.
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