Manifestações dão o tom da roda de Itaboraí

do Incid

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“Se as pessoas não saírem de casa para lutar as mudanças não vão acontecer” coloca um participante da Roda de Diálogo que aconteceu em Itaboraí no último sábado, 22 de junho. Na ocasião, o Incid se reuniu com 24 pessoas, representantes de associações de moradores, trabalhadores rurais, ONGs, conselhos, agentes de saúde e movimentos sociais para debater os temas saúde, transporte e habitação.

Entusiasmados com as mobilizações que eclodiram por todo o país nas últimas semanas, as quais Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do Ibase, chama de “estouro da cidadania nas ruas”, os participantes, que há tempos vem se mobilizando por melhorias na vida dos cidadãos em seu município, apontaram demandas e discutiram soluções para os problemas enfrentados no dia a dia dos moradores de Itaboraí. Estavam presentes também quatro pessoas do município de Casimiro de Abreu, enriquecendo o debate e trazendo experiências.

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Com relação aos problemas na área da saúde, Aparecida, que é agente comunitária de saúde no município, destacou que o Incid pode ajudar na luta por melhorias na cobertura desses serviços, já que um dos grandes problemas para cobrar ações mais efetivas do poder público tem a ver com falta de informação e de articulação entre a população. Gabriel, da Associação de Moradores de Porto das Caixas, ressalta a importância das palavras de Aparecida e comenta que a questão da transparência não tem a ver somente com divulgação de salários, mas envolve uma série de outras questões que a população precisa saber.

No debate sobre transporte foi colocado o problema do monopólio por uma empresa, dos elevados preços intra e intermunicipais e da pouca disponibilidade de linhas para o quantitativo populacional que vem crescendo a passos largos na região.

Já sobre o tema da habitação, foram levantados os problemas referentes ao crescimento habitacional desordenado e à especulação imobiliária, além de ser mencionada a necessidade de consolidação de um plano de gestão de resíduos, dentre outros problemas.

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Ao final, os participantes falaram sobre a importância de espaços como aquele, onde os movimentos e organizações, que não costumam se encontrar por diversos motivos, podem dialogar, trocar experiências e perceber questões em comum. A fala de Glauco, do Fórum Popular Comperj, sintetiza bem o espírito dos participantes e o objetivo daquele momento: “O Incid não irá resolver os nossos problemas, precisamos nos mobilizar e usar esses dados e instrumentos como argumentos”.